sábado, 9 de outubro de 2010

livro Envelhecimento: Cuidar de Idosos com Dependência Física e Mental

Veja o Índice em:

Disponível em:

http://www.fnac.pt/Cuidar-Idosos-com-Dependencia-Fisica-e-Mental-Carlos-Sequeira/a324180?PID=5&Mn=-1&Mu=-13&Ra=-1&To=0&Nu=1&Fr=0

Nota Introdutória

O envelhecimento da sociedade é uma realidade inevitável, fruto de uma maior longevidade humana, à qual se associam, índices de dependência acrescidos em função do agravamento da morbilidade adquirida previamente e, de uma maior vulnerabilidade do idoso. A família, habitual suporte de cuidados sofreu alterações significativas nas últimas décadas, com a mulher, principal cuidadora, a assumir outras funções e por conseguinte a colocar dificuldades acrescidas à prestação de cuidados no domicílio.

Esta nova realidade implica a necessidade de se pensar formas de assistência que promovam a manutenção da qualidade de vida e do idoso, de preferência no domicílio, e que, não sobrecarreguem a família, de forma a diminuir a sua vulnerabilidade física e psicológica. As políticas de saúde devem dar resposta a esta realidade através de programas que:

i) promovam o envelhecimento bem sucedido;

ii) incentivem a coesão, interacção familiar;

iii) protejam o idoso de negligência, de más práticas, de violência física e psicológica.

Quando o envelhecimento está associado à dependência é fundamental criar as condições necessárias para que a assistência nas actividades de vida diária promova a dignidade do alvo dos cuidados. Para isso, a acção dos profissionais de saúde é fundamental para dotar os cuidadores com competências cognitivas (informação), competências instrumentais (saber fazer) e competências pessoais (saber lidar com). Parece evidente que é necessário aumentar as parcerias entre os cuidadores formais e informais, através de acções concertadas que se traduzam em ganhos em saúde, para quem cuida e para a pessoa cuidada.

Sugere-se assim, a elaboração de programas formais que privilegiem numa primeira fase a informação (doença, dependência, tipo de cuidados); numa segunda fase o apoio instrumental (orientar, instruir, treinar sobre a prestação de cuidados) e numa terceira fase a disponibilização ao cuidador informal de apoio em termos de suporte (emocional, psicológico, …) que permita atenuar a sobrecarga objectiva e subjectiva inerente ao cuidar.

Este livro, visa dar um modesto contributo nesse sentido, servir de instrumento de ajuda aos cuidadores formais e informais para “um melhor cuidar”, ou seja, um cuidar adequado às necessidades da pessoa dependente, que potencie as suas capacidades e que não coloque em risco “excessivo” a saúde de quem cuida. Os idosos merecem ser cuidados de forma segura, responsável e digna.

Surge na sequência da publicação do livro cuidar de idosos dependentes, mantendo o conteúdo mais relevante. Introduziram-se algumas reformulações no sentido de o tornar mais útil, em função dos resultados da evidência empírica. Incluiram-se mais instrumentos de diagnóstico e novas intervenções de modo a disponibilizar informação mais completa e actual.

Trata-se de uma obra que revela a sensibilidade e o interesse do autor nesta área, em função da sua experiência profissional e pessoal, pelo que espera ser capaz de traduzir em palavras o seu optimismo, e, a sua visão sobre esta temática, na qual acredita que, mesmo em situações de dependência é possível promover a alegria, o prazer de viver e a vontade de ajudar o outro.

Espera sinceramente, ser capaz de descrever a riqueza proporcionada pelo contacto directo com muitos familiares cuidadores, o que constitui uma tarefa complexa, mas que não deixará de tentar, consciente da dificuldade em documentar um conjunto de situações que apenas se podem viver. Por isso, muitas das informações documentadas são resultantes das opiniões dos actores que vivenciaram esta experiência peculiar.

Em termos de informação poder-se-à dizer que o material aqui publicado sustenta-se em dois pilares fundamentais: i) primeiro, a pesquisa específica efectuada com este propósito único; reunir a informação actual sobre o envelhecimento, a dependência e o cuidador; ii) segundo, a investigação que o autor desenvolveu nesta área, quer de forma directa nos seus trabalhos, quer de forma indirecta através dos seus alunos de Mestrado e Doutoramento. Nesse sentido, trata-se de uma obra com possível interesse para quem cuida de uma pessoa com uma limitação física e/ou mental e para quem pretenda desenvolver mais conhecimentos nesta área, através da investigação.

A selecção dos conteúdos emerge das necessidades detectadas nos actores que trabalham nesta área, nos profissionais de saúde e nos cuidadores informais. Por isso, o livro apresenta instrumentos de diagnóstico mais completos/complexos e instrumentos de diagnóstico mais simples; intervenções gerais a implementar em programas de saúde e intervenções específicas a implementar em situações concretas.

A ênfase está intencionalmente inclinada para duas áreas:

i) Os instrumentos de avaliação, porque consideram que só é possível intervir de forma adequada, a cada caso, com um diagnóstico preciso sobre a realidade, sem negligenciar o potencial das informações recolhidas através da observação directa, em função da habilitação do cuidador e de cada contexto. Nesse sentido, sugere-se que, a percepção pessoal/observação directa, complemente os resultados dos instrumentos.

Assim, as escalas, os índices são recursos que devem ser utilizados para possibilitar um diagnóstico mais rigoroso de cada caso.

ii) As intervenções especificas tendo como alvo os três principais contextos em análise: idoso com dependência física; idoso com dependência mental e cuidadores informais.

Os conteúdos encontram-se organizados em cinco capítulos: Envelhecimento; idoso com dependência física; idoso com dependência mental; cuidadores/prestadores de cuidados informais e a análise à realidade portuguesa.

Procurou-se neste fio condutor descrever a informação desde o processo de envelhecimento, que está na génese ou associado à dependência, à necessidade de cuidados e à consequente intervenção.

No contexto desta obra, a situação de doença mental em análise centra-se nas síndromes demenciais, que constituem uma problemática característica dos idosos, conforme é abordado no capítulo das demências. A prevalência da demência duplica de cinco em cinco anos entre os 60 e os 90 anos e é reduzida a sua proporção abaixo dos 60 anos. O aparecimento de uma síndrome demencial inscreve-se no domínio das doenças crónicas e na maioria dos casos degenerativas, aos quais estão associados um conjunto de défices que comprometem a autonomia e a independência das pessoas idosas, sendo indispensável a ajuda de terceiros para a sua manutenção no domicílio.

Assim, estamos na presença de pessoas com idades iguais ou superiores a 65 anos, que são confrontadas com o agravar de algumas doenças iniciadas na fase adulta e que se encontram mais vulneráveis ao aparecimento de outras doenças características do envelhecimento, como é o caso das demências. Por outro lado, constata-se que um número significativo destes idosos vai ficar responsável pela prestação de cuidados a outros idosos, o que constitui um factor de risco de morbilidade.

O aumento do número de idosos e do índice de dependência terá como consequência inevitável um aumento do número de cuidadores informais. Por outro lado, é importante sensibilizar as famílias para os efeitos positivos associados à manutenção do idoso dependente no seu ambiente natural/familiar.

Contudo, para que esta realidade seja possível, ou seja, aumentar a proporção de idosos dependentes que permanecem no domicílio é necessário criar interfaces que permitam dotar os cuidadores dos requisitos indispensáveis para uma assistência de qualidade e que passam, em grande parte, pelas condições ambientais, económicas, sociais, de informação, de competências/habilidades e de apoio formal.

Espera-se que, a divulgação do conhecimento sobre o processo de cuidar, principalmente quando este tem como alvo, uma pessoa com dependência de causa física e/ou mental, possa ser uma ferramenta útil, promotora da discussão para todos aqueles que se interessam por esta área.

É necessário criar interfaces que possibilitem a informação, preparação, treino, apoio e suporte do cuidador, para ajudar no desempenho desta nobre tarefa que é “cuidar de alguém dependente”, ou seja, ajudar alguém a viver com dependência, mas de forma mais satisfatória e digna possível.

Assim, parece consensual pelas pessoas e entidades que estudam o fenómeno do envelhecimento, em concluir que, é muito importante providenciar uma resposta adequada às necessidades de cuidados das pessoas dependentes.


II Congresso Internacional de Saúde Mental

II Congresso Internacional da SPESM:
Do diagnóstico à intervenção em Saúde Mental
27 a 29 de Outubro de 2010
Auditório da Casa de Saúde de Barcelos

Principais temas:
Práticas promotoras de Saúde mental
Saúde Mental em diferentes contextos
Saúde Mental ao longo do Ciclo Vital
Metodologias de Intervenção Psicoterapêutica
Contextos Promotores de Doença Mental
Indicadores de Qualidade das Práticas em Saúde Mental
Concepção de Cuidados em Saúde Mental
Desafios à Saúde/Doença Mental: Formação/gestão e Prática clínica
Grupos de risco (cuidadores, famílias, …)
Outros temas a propor pelos sócios

Datas Importantes:
Envio de propostas de intervenção para integrar no programa científico até 31-12-2009 Programa provisório – Março de 2010
Envio de participação com comunicações/posters até 31-07-2010
Envio das artigos a publicar no livro do congresso até 15-09-2010
Programa definitivo Setembro de 2010

Brevemente mais informações no blog da SPESM.

Programa Cientifico

Programa Cientifico Provisório
Dia 26 de Outubro de 2010
09 - 16 HORAS – CURSOS PRÉ-CONGRESSO (Coordenador: José António Pinho)
1. Hipnose clínica
2. Intervenção: Cuidadores Informais
3. Intervenção Familiar
4. Dinâmicas de Intervenção em grupo
5. Sensibilização para o sociodrama
6. Estratégias desenvolvimento pessoal
17 – 19.30 – DEBATE: PRIORIDADES EM SAÚDE MENTAL A NÍVEL INTERNACIONAL (Organização, formação e prestação de cuidados)
1. A realidade em Portugal
2. A realidade no Brasil
3. A realidade na Suíça
4. A realidade na França
5. A realidade em Inglaterra
6. A realidade em Espanha
20.00 HORAS – JANTAR DE BOAS VINDAS (local a divulgar oportunamente)
Actuação da tuna académica

Dia 27 de Outubro de 2010
09.30 Recepção aos participantes
09.45 Apresentação do programa à comunicação social
10.00 CONFERÊNCIA DE ABERTURA
Saúde Mental ao Longo do Ciclo Vital
11.00 Intervalo para café
11.30• Sessão de Abertura / Apresentação do Livro do Congresso
12.00 Debate
Politicas de Saúde Mental
13.00 Almoço
14.30 MESA REDONDA:
QUE NECESSIDADES DE CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL?
Nos cuidados de saúde primários (ACES)
Na escola, no trabalho, nos lares,..
Na pedopsiquiatria
No internamento de psiquiatria Adulto/idoso)
No IDT/estabelecimentos prisionais
16.30 Intervalo para café
18.00 COMUNICAÇÕES LIVRES/POSTERS

Dia 28 de Outubro de 2010
09.30 MESA REDONDA
INSTRUMENTOS DE DIAGNÓSTICO
Instrumentos disponíveis e como se utilizam
Indicadores de resultados (ganhos em saúde)
11.30 Intervalo para café
12.00 Debate
ALIMENTAÇÃO E SAÚDE MENTAL
LA OBESIDAD EN PACIENTES CON TRASTORNO ESQUIZOFRÉNICO
13.00 Intervalo para almoço
14.30 CONSULTA DE ENFERMAGEM - GANHOS EM SAÚDE
Como organizar, documentar, avaliar, financiar a consulta de Enfermagem
Consulta de enfermagem e a monitorização/adesão à terapêutica: ganhos em saúde
Consulta de Enfermagem nos cuidados de saúde primários: A garantia de acesso aos cuidados em saúde mental (ULSM; ECC; )
16.30 Intervalo para café
17.00 COMUNICAÇÕES LIVRES/POSTERS
20.00 Jantar de Encerramento + actuação tunas

Dia 29 de Outubro de 2010

09.30 COMUNICAÇÕES LIVRES/POSTERS
10.30 Intervalo para café
11.00 MESA REDONDA: MODALIDADES DE INTERVENÇÃO
Prescrições terapêuticas dos enfermeiros
Intervenções psicoterapêuticas (relação de ajuda, reestruturação cognitiva, técnica de modificação de comportamentos, relaxamento, suporte, …)
A Gestão de Casos
Os cuidadores informais (a informoterapia, as habilidades instrumentais, relacionais e o suporte)
13.00 Intervalo para almoço
14.30 DEBATE
SAÚDE MENTAL: NOVOS DESAFIOS/PERSPECTIVAS FUTURAS
- Plano Nacional de Saúde Mental
- Competências dos enfermeiros
- Papel das associações
- O acesso aos cuidados (comunidade, casas de saúde, departamentos/hospitais psiquiátricos
16.30 ENTREGA DE PRÉMIOS (comunicações livres, posters) sorteio de viagem pelos presentes
16.40 SESSÃO DE ENCERRAMENTO
17.00 REUNIÃO GERAL DA SPESM

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Normas de submissão de resumos

NORMAS E CRITÉRIOS PARA A SUBMISSÃO DE RESUMOS COMUNICAÇÕES/POSTERS
1. O resumo deve ser escrito em português, Inglês ou Espanhol.
2. A data limite para o envio de resumos: 31 de Julho de 2010.
3. O resumo deve incluir: uma introdução e justificação do tema, os objectivos do estudo, a metodologia, as fontes, os resultados e as conclusões.
4. O estudo deverá incidir sobre uma temática do congresso.
5. O método deve ser relevante em relação ao problema em estudo, de acordo com as normas éticas para estudos científicos.
6. Os autores devem colocar os nomes por extenso, com indicação do autor, que apresentará o trabalho e respectiva forma de contacto.
7. A SPESM reserva-se ao direito de publicar e distribuir qualquer resumo ou comunicação aceite para apresentação.
8. Os resumos não devem exceder as 500 palavras.
9. Os resumos devem ser enviados para: dir.spesm@gmail.com
10. Uma vez aceite o resumo, o (s) autor (es) deverá (ão) inscrever-se no congresso e pagar a inscrição até 15 de Outubro de 2009. Se até esta data não for efectuado o pagamento da inscrição os resumos serão eliminados do programa.
11. Os resumos podem ser apresentados nas seguintes categorias:
a. Comunicações Livres para apresentação oral com a duração máxima de 10 minutos.
b. Posters com apresentação em horário a definir.
12. Características a atender na elaboração dos Posters
a. O conteúdo deverá ser legível a 1,5 metros de distância;
b. Não deve ultrapassar as dimensões de 110x80 cm;
c. A apresentação, pelo autor, do Poster seleccionado não poderá exceder os 3 minutos;
d. Os Posters deverão ser expostos, de preferência, na véspera do no 1º dia do congresso, até às 10 horas;
15. Dos resumos aceites, os autores poderão propor um artigo para publicação no livro de actas. Ver regulamento próprio em www.spesm.org. O texto integral das Comunicações Livres/ Posters deve ser enviado até 15 de Setembro de 2010 para integrar o livro de actas que será oferecido a todos os participantes do congresso.
Nota: ver regulamento na homepage da SPESM.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Contactos

Carlos Sequeira
______________________________
Doutor Carlos Alberto da Cruz Sequeira
Escola Superior de Enfermagem do Porto
Rua Dr. António Bernardino de Almeida - 4200-072 Porto
tel.: 22 507 35 00 - 96 728 81 93/4 - Fax: 22 509 63 37
Presidente da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental
Contactos: 922 097 145
dir.spesm@gmail.com,
www.spesm.org,

domingo, 29 de março de 2009

Congresso de Saúde Mental 2009 - SPESM

I Fórum da SPESM 2009: A Saúde Mental e a Vulnerabilidade Social

Anfiteatro do pólo Artur Ravara da ESE de Lisboa
4 e 5 de Junho de 2009


Programa provisório

Dia 4 de Junho de 2009
08.30 Abertura do secretariado
09.30 Sessão de abertura

09.45 A saúde mental e a vulnerabilidade social
Os grupos de risco (crianças, mulheres e idosos)
Ana Sara Brito – Vereadora da Câmara Municipal de Lisboa

Estratégias de intervenção específicas em Saúde Mental
Luis Silva – Hospital Magalhães Lemos

11.45 Da supervisão à inter-vision em enfermagem de saúde mental
Salvatore Virgillito - Direcção dos Hospitais Universitários de Genebra (suíça)
Glória Toletti - Escola Superior de Enfermagem de Lisboa

14.00 Contextos emergentes e violência
Moderador: Luís Octávio de Sá - Escola superior de Saúde da Cruz Vermelha de Oliveira de Azeméis
Estratégias de prevenção da violência nas escolas
Beatriz Pereira – Universidade do Minho
A violência doméstica: estratégias de intervenção
António Costa – Centro Hospital de Coimbra
Dulce Carvalho – Serviço de violência familiar do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra
A violência no idoso: uma realidade camuflada
Fátima Ribeiro – Escola Superior de Saúde de Vale do Ave

16.00 Pessoas com doença Mental Grave

17.00 Comunicações livres/Posters
Ana Melo - ESELISBOA
Gabriel Rodriguez – HC e CR Psicopedagógico da SF – Funchal
Joaquim Pinto - CHTMAD.EPE


Dia 5 de Junho de 2009
09.30 Modalidades de intervenção em Saúde mental: Da teoria à prática: como se faz.
Moderadora: Maria Isabel Marques - Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
09.35 Toque terapêutico: demonstração
Carla cardoso – Unidade de Desabituação do Norte Ricardo Rocha – Hospital Joaquim Urbano
10.00 Técnica de dessensibilização sistemática: demonstração
Márcia Fernandes – Centro Hospital do Porto – Pedopsiquiatria Sofia Silva – Centro Hospital do Porto – Pedopsiquiatria
10.25 Histórias de vida /reminiscências
José Martinez – Instituto Português de Oncologia do Porto
10.50 Psicodrama: demonstração
João Estrela – Centro Hospitalar Lisboa Ocidental – Hospital S. Francisco (D. Psiquiatria)
11.30 intervalo

12.00 Aconselhamento
Luis Godinho – Hospital Garcia da Horta
12.25 Intervenções psicoeducativas em famílias de pessoas com esquizofrenia
Isabel Landeiro - E. Comunitária de Psiquiatria e Saúde Mental do HSFXavier - CHLO Sandra Andrade - E. Comunitária de Psiquiatria e Saúde Mental do HSFXavier - CHLO

14.30 DEBATE: Utilização da CIPE em contextos clínicos: como faço um diagnóstico, prescrevo intervenções e avalio os resultados:
Carlos Sequeira - SPESM/ Escola Superior de Enfermagem do Porto
Parametrização: avaliação Inicial
António Carlos Amaral – Hospital S. Teotónio de Viseu
Articulação CIPE-NIC e NOC
Alexandre Costa – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa
Processo de implementação: manual de standards de cuidados: estratégias/dificuldades
Paula Palmeira - Casa de Saúde das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado coração de Jesus - Braga
Manual de standards de cuidados um caso prático. Da formação à prática
Carlos Violante - Casa de Saúde de S. João de Deus - Barcelos
Avaliação da implementação do SAPE
Sérgio Ricardo – Hospital Magalhães Lemos
Sistemas de Informação
Henrique Rocha - ALERT Life Sciences Computing

14.30 Comunicações e posters
Nuno Borda de Água - Centro Hospitalar Oeste Norte, na Urgência Geral do Hospital das Caldas da Rainha
Gabriel Rodriguez – HC do Funchal/Centro de reabilitação Psicopedagógico da Sagrada Família – Funchal.


17.00 Sessão de encerramento

domingo, 25 de maio de 2008

Plano Nacional de Saúde Mental

Tomada de posição da SPESM

A SPESM – Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, congratula-se com a publicação do Plano Nacional de Saúde Mental, com um alcance até 2016.

Trata-se de um plano que de forma explícita recomenda uma maior focalização da assistência em saúde mental em profissionais “não médicos”, na qual salienta a necessidade de participação de um maior número de enfermeiros, facto que consideramos muito positivo.

Neste plano existe a intenção, pelo menos no papel, de investir na promoção da saúde mental e deslocalizar os cuidados do Hospital para a Comunidade, o que no entendimento da SPESM, também é muito positivo.

Contudo, alertamos todos os actores, em especial, os decisores que não chega colocar as orientações no papel, para que elas se concretizem.
Neste sentido, queremos deixar claro o nosso pensamento sobre o plano, sobre as premissas que estiveram na sua génese e sobre as estratégias a adoptar para a sua implementação.
Este plano, nasce de um Relatório da Comissão Nacional para a Reestruturação dos Serviços de Saúde Mental em Portugal, que é omisso, no que se reporta ao trabalho dos enfermeiros. Não discrimina o trabalho dos enfermeiros, nem o trabalho dos enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, o que nos parece estranho, atendendo a que se trata de um relatório para a reestruturação dos serviços de Saúde Mental.
Em Portugal existem cerca de 1000 enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, com intervenções diferenciadas dos enfermeiros não especialistas, em função das competências específicas que possuem nesta área e, obviamente, com responsabilidades acrescidas, pelo que lamentamos, o relatório não mencionar estes factos.
É importante alertar os decisores que é necessário fazer um gestão adequada deste recurso (enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde mental).
Estes devem ser colocados ao serviço das pessoas, na promoção da Saúde Mental, na prevenção, tratamento, reabilitação e reinserção da pessoa com doença mental. Não faz sentido investir nestes profissionais e depois colocá-los a exercer funções, que em alguns casos, não estão relacionadas com a Saúde Mental das pessoas.
Este desiderato só poderá ser atingido se conhecermos a realidade concreta relativamente a estes actores, ou seja, onde estão e o que fazem.

É necessário dotar as equipas de Saúde Mental na comunidade com enfermeiros especialistas nesta área, uma vez que são os únicos, com competências especificas nesta área.

É necessário efectuar a devida articulação entre o Plano de Saúde Mental e os agrupamentos dos Centros de Saúde, mais concretamente no que se reporta às equipas de cuidados na Comunidade.

Salientamos que os problemas das pessoas em termos de Saúde Mental não se circunscrevem à doença. Este tem sido o erro dos planos de saúde ao longo de décadas. É claro que as doenças (esquizofrenia, depressão, demência, suicídio, etc.) são problemas graves e que necessitam de respostas adequadas. Mas, as pessoas com problemática mental também necessitam de cuidados de Enfermagem e de cuidados de Enfermagem especializados, quer na comunidade, quer no internamento. Era muito importante o relatório descrever quais os diagnósticos de Enfermagem nos diferentes contextos em que os enfermeiros intervêm de forma autónoma ou interdependente.

Não se percebe essa omissão, no relatório da comissão de reestruturação dos serviços de Saúde Mental, quando há hospitais psiquiátricos (Hospital Magalhães Lemos) que até já dispõe desses dados em suporte electrónico, pelo que é muito fácil saber quais são os diagnósticos de enfermagem, ou seja, quais as necessidades das pessoas em cuidados de Enfermagem, no internamento, que intervenções os enfermeiros implementam e com que resultados.

Esta tomada de posição alerta para que um diagnóstico correcto, pressupõe uma “radiografia” ao todo e não apenas a uma parte. Daí a necessidade de uma maior atenção aos enfermeiros que concorrem de forma decisiva para a melhoria da saúde mental das pessoas. Os fármacos não serão suficientes se o enfermeiro não estabelecer uma relação terapêutica com a pessoa, não intervir adequadamente; na agitação, nas alterações do pensamento, na motivação para a adesão à terapêutica, na monitorização da terapêutica, não contribuir para a adopção de estilos de vida saudáveis, etc.

Se estas respostas não forem satisfatórias será necessário um maior investimento na medicalização, com custos mais elevados em termos económicos e sociais.

Por exemplo:
Ao nível dos cuidadores informais os enfermeiros, podem e devem, desempenhar um papel mais pro-activo ao nível da informação, formação, preparação para o desempenho do papel e no alívio da sobrecarga.
Os Enfermeiros têm investido nesta área e até produzido investigação em Universidades Portuguesas de reconhecido mérito (omitida no relatório) que deve ser aproveitada e implementada. É necessário cuidar dos cuidadores, para que estes possam cuidar em segurança e no domicílio dos seus familiares.

Em síntese, devem-se efectuar esforços para articular os diferentes saberes, incluindo os enfermeiros da prática clínica, da prática docente e da gestão, em parceria com outros profissionais, de forma não corporativa, a trabalhar em “prol” da Saúde Mental das pessoas.

Só assim, será possível que a reforma da Saúde Mental se concretize na prática.

A SPESM estará sempre empenhada e disponível, para em conjunto, contribuir para melhorar as respostas promotoras de Saúde Mental.