sábado, 9 de outubro de 2010

livro Envelhecimento: Cuidar de Idosos com Dependência Física e Mental

Veja o Índice em:

Disponível em:

http://www.fnac.pt/Cuidar-Idosos-com-Dependencia-Fisica-e-Mental-Carlos-Sequeira/a324180?PID=5&Mn=-1&Mu=-13&Ra=-1&To=0&Nu=1&Fr=0

Nota Introdutória

O envelhecimento da sociedade é uma realidade inevitável, fruto de uma maior longevidade humana, à qual se associam, índices de dependência acrescidos em função do agravamento da morbilidade adquirida previamente e, de uma maior vulnerabilidade do idoso. A família, habitual suporte de cuidados sofreu alterações significativas nas últimas décadas, com a mulher, principal cuidadora, a assumir outras funções e por conseguinte a colocar dificuldades acrescidas à prestação de cuidados no domicílio.

Esta nova realidade implica a necessidade de se pensar formas de assistência que promovam a manutenção da qualidade de vida e do idoso, de preferência no domicílio, e que, não sobrecarreguem a família, de forma a diminuir a sua vulnerabilidade física e psicológica. As políticas de saúde devem dar resposta a esta realidade através de programas que:

i) promovam o envelhecimento bem sucedido;

ii) incentivem a coesão, interacção familiar;

iii) protejam o idoso de negligência, de más práticas, de violência física e psicológica.

Quando o envelhecimento está associado à dependência é fundamental criar as condições necessárias para que a assistência nas actividades de vida diária promova a dignidade do alvo dos cuidados. Para isso, a acção dos profissionais de saúde é fundamental para dotar os cuidadores com competências cognitivas (informação), competências instrumentais (saber fazer) e competências pessoais (saber lidar com). Parece evidente que é necessário aumentar as parcerias entre os cuidadores formais e informais, através de acções concertadas que se traduzam em ganhos em saúde, para quem cuida e para a pessoa cuidada.

Sugere-se assim, a elaboração de programas formais que privilegiem numa primeira fase a informação (doença, dependência, tipo de cuidados); numa segunda fase o apoio instrumental (orientar, instruir, treinar sobre a prestação de cuidados) e numa terceira fase a disponibilização ao cuidador informal de apoio em termos de suporte (emocional, psicológico, …) que permita atenuar a sobrecarga objectiva e subjectiva inerente ao cuidar.

Este livro, visa dar um modesto contributo nesse sentido, servir de instrumento de ajuda aos cuidadores formais e informais para “um melhor cuidar”, ou seja, um cuidar adequado às necessidades da pessoa dependente, que potencie as suas capacidades e que não coloque em risco “excessivo” a saúde de quem cuida. Os idosos merecem ser cuidados de forma segura, responsável e digna.

Surge na sequência da publicação do livro cuidar de idosos dependentes, mantendo o conteúdo mais relevante. Introduziram-se algumas reformulações no sentido de o tornar mais útil, em função dos resultados da evidência empírica. Incluiram-se mais instrumentos de diagnóstico e novas intervenções de modo a disponibilizar informação mais completa e actual.

Trata-se de uma obra que revela a sensibilidade e o interesse do autor nesta área, em função da sua experiência profissional e pessoal, pelo que espera ser capaz de traduzir em palavras o seu optimismo, e, a sua visão sobre esta temática, na qual acredita que, mesmo em situações de dependência é possível promover a alegria, o prazer de viver e a vontade de ajudar o outro.

Espera sinceramente, ser capaz de descrever a riqueza proporcionada pelo contacto directo com muitos familiares cuidadores, o que constitui uma tarefa complexa, mas que não deixará de tentar, consciente da dificuldade em documentar um conjunto de situações que apenas se podem viver. Por isso, muitas das informações documentadas são resultantes das opiniões dos actores que vivenciaram esta experiência peculiar.

Em termos de informação poder-se-à dizer que o material aqui publicado sustenta-se em dois pilares fundamentais: i) primeiro, a pesquisa específica efectuada com este propósito único; reunir a informação actual sobre o envelhecimento, a dependência e o cuidador; ii) segundo, a investigação que o autor desenvolveu nesta área, quer de forma directa nos seus trabalhos, quer de forma indirecta através dos seus alunos de Mestrado e Doutoramento. Nesse sentido, trata-se de uma obra com possível interesse para quem cuida de uma pessoa com uma limitação física e/ou mental e para quem pretenda desenvolver mais conhecimentos nesta área, através da investigação.

A selecção dos conteúdos emerge das necessidades detectadas nos actores que trabalham nesta área, nos profissionais de saúde e nos cuidadores informais. Por isso, o livro apresenta instrumentos de diagnóstico mais completos/complexos e instrumentos de diagnóstico mais simples; intervenções gerais a implementar em programas de saúde e intervenções específicas a implementar em situações concretas.

A ênfase está intencionalmente inclinada para duas áreas:

i) Os instrumentos de avaliação, porque consideram que só é possível intervir de forma adequada, a cada caso, com um diagnóstico preciso sobre a realidade, sem negligenciar o potencial das informações recolhidas através da observação directa, em função da habilitação do cuidador e de cada contexto. Nesse sentido, sugere-se que, a percepção pessoal/observação directa, complemente os resultados dos instrumentos.

Assim, as escalas, os índices são recursos que devem ser utilizados para possibilitar um diagnóstico mais rigoroso de cada caso.

ii) As intervenções especificas tendo como alvo os três principais contextos em análise: idoso com dependência física; idoso com dependência mental e cuidadores informais.

Os conteúdos encontram-se organizados em cinco capítulos: Envelhecimento; idoso com dependência física; idoso com dependência mental; cuidadores/prestadores de cuidados informais e a análise à realidade portuguesa.

Procurou-se neste fio condutor descrever a informação desde o processo de envelhecimento, que está na génese ou associado à dependência, à necessidade de cuidados e à consequente intervenção.

No contexto desta obra, a situação de doença mental em análise centra-se nas síndromes demenciais, que constituem uma problemática característica dos idosos, conforme é abordado no capítulo das demências. A prevalência da demência duplica de cinco em cinco anos entre os 60 e os 90 anos e é reduzida a sua proporção abaixo dos 60 anos. O aparecimento de uma síndrome demencial inscreve-se no domínio das doenças crónicas e na maioria dos casos degenerativas, aos quais estão associados um conjunto de défices que comprometem a autonomia e a independência das pessoas idosas, sendo indispensável a ajuda de terceiros para a sua manutenção no domicílio.

Assim, estamos na presença de pessoas com idades iguais ou superiores a 65 anos, que são confrontadas com o agravar de algumas doenças iniciadas na fase adulta e que se encontram mais vulneráveis ao aparecimento de outras doenças características do envelhecimento, como é o caso das demências. Por outro lado, constata-se que um número significativo destes idosos vai ficar responsável pela prestação de cuidados a outros idosos, o que constitui um factor de risco de morbilidade.

O aumento do número de idosos e do índice de dependência terá como consequência inevitável um aumento do número de cuidadores informais. Por outro lado, é importante sensibilizar as famílias para os efeitos positivos associados à manutenção do idoso dependente no seu ambiente natural/familiar.

Contudo, para que esta realidade seja possível, ou seja, aumentar a proporção de idosos dependentes que permanecem no domicílio é necessário criar interfaces que permitam dotar os cuidadores dos requisitos indispensáveis para uma assistência de qualidade e que passam, em grande parte, pelas condições ambientais, económicas, sociais, de informação, de competências/habilidades e de apoio formal.

Espera-se que, a divulgação do conhecimento sobre o processo de cuidar, principalmente quando este tem como alvo, uma pessoa com dependência de causa física e/ou mental, possa ser uma ferramenta útil, promotora da discussão para todos aqueles que se interessam por esta área.

É necessário criar interfaces que possibilitem a informação, preparação, treino, apoio e suporte do cuidador, para ajudar no desempenho desta nobre tarefa que é “cuidar de alguém dependente”, ou seja, ajudar alguém a viver com dependência, mas de forma mais satisfatória e digna possível.

Assim, parece consensual pelas pessoas e entidades que estudam o fenómeno do envelhecimento, em concluir que, é muito importante providenciar uma resposta adequada às necessidades de cuidados das pessoas dependentes.


II Congresso Internacional de Saúde Mental

II Congresso Internacional da SPESM:
Do diagnóstico à intervenção em Saúde Mental
27 a 29 de Outubro de 2010
Auditório da Casa de Saúde de Barcelos

Principais temas:
Práticas promotoras de Saúde mental
Saúde Mental em diferentes contextos
Saúde Mental ao longo do Ciclo Vital
Metodologias de Intervenção Psicoterapêutica
Contextos Promotores de Doença Mental
Indicadores de Qualidade das Práticas em Saúde Mental
Concepção de Cuidados em Saúde Mental
Desafios à Saúde/Doença Mental: Formação/gestão e Prática clínica
Grupos de risco (cuidadores, famílias, …)
Outros temas a propor pelos sócios

Datas Importantes:
Envio de propostas de intervenção para integrar no programa científico até 31-12-2009 Programa provisório – Março de 2010
Envio de participação com comunicações/posters até 31-07-2010
Envio das artigos a publicar no livro do congresso até 15-09-2010
Programa definitivo Setembro de 2010

Brevemente mais informações no blog da SPESM.

Programa Cientifico

Programa Cientifico Provisório
Dia 26 de Outubro de 2010
09 - 16 HORAS – CURSOS PRÉ-CONGRESSO (Coordenador: José António Pinho)
1. Hipnose clínica
2. Intervenção: Cuidadores Informais
3. Intervenção Familiar
4. Dinâmicas de Intervenção em grupo
5. Sensibilização para o sociodrama
6. Estratégias desenvolvimento pessoal
17 – 19.30 – DEBATE: PRIORIDADES EM SAÚDE MENTAL A NÍVEL INTERNACIONAL (Organização, formação e prestação de cuidados)
1. A realidade em Portugal
2. A realidade no Brasil
3. A realidade na Suíça
4. A realidade na França
5. A realidade em Inglaterra
6. A realidade em Espanha
20.00 HORAS – JANTAR DE BOAS VINDAS (local a divulgar oportunamente)
Actuação da tuna académica

Dia 27 de Outubro de 2010
09.30 Recepção aos participantes
09.45 Apresentação do programa à comunicação social
10.00 CONFERÊNCIA DE ABERTURA
Saúde Mental ao Longo do Ciclo Vital
11.00 Intervalo para café
11.30• Sessão de Abertura / Apresentação do Livro do Congresso
12.00 Debate
Politicas de Saúde Mental
13.00 Almoço
14.30 MESA REDONDA:
QUE NECESSIDADES DE CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL?
Nos cuidados de saúde primários (ACES)
Na escola, no trabalho, nos lares,..
Na pedopsiquiatria
No internamento de psiquiatria Adulto/idoso)
No IDT/estabelecimentos prisionais
16.30 Intervalo para café
18.00 COMUNICAÇÕES LIVRES/POSTERS

Dia 28 de Outubro de 2010
09.30 MESA REDONDA
INSTRUMENTOS DE DIAGNÓSTICO
Instrumentos disponíveis e como se utilizam
Indicadores de resultados (ganhos em saúde)
11.30 Intervalo para café
12.00 Debate
ALIMENTAÇÃO E SAÚDE MENTAL
LA OBESIDAD EN PACIENTES CON TRASTORNO ESQUIZOFRÉNICO
13.00 Intervalo para almoço
14.30 CONSULTA DE ENFERMAGEM - GANHOS EM SAÚDE
Como organizar, documentar, avaliar, financiar a consulta de Enfermagem
Consulta de enfermagem e a monitorização/adesão à terapêutica: ganhos em saúde
Consulta de Enfermagem nos cuidados de saúde primários: A garantia de acesso aos cuidados em saúde mental (ULSM; ECC; )
16.30 Intervalo para café
17.00 COMUNICAÇÕES LIVRES/POSTERS
20.00 Jantar de Encerramento + actuação tunas

Dia 29 de Outubro de 2010

09.30 COMUNICAÇÕES LIVRES/POSTERS
10.30 Intervalo para café
11.00 MESA REDONDA: MODALIDADES DE INTERVENÇÃO
Prescrições terapêuticas dos enfermeiros
Intervenções psicoterapêuticas (relação de ajuda, reestruturação cognitiva, técnica de modificação de comportamentos, relaxamento, suporte, …)
A Gestão de Casos
Os cuidadores informais (a informoterapia, as habilidades instrumentais, relacionais e o suporte)
13.00 Intervalo para almoço
14.30 DEBATE
SAÚDE MENTAL: NOVOS DESAFIOS/PERSPECTIVAS FUTURAS
- Plano Nacional de Saúde Mental
- Competências dos enfermeiros
- Papel das associações
- O acesso aos cuidados (comunidade, casas de saúde, departamentos/hospitais psiquiátricos
16.30 ENTREGA DE PRÉMIOS (comunicações livres, posters) sorteio de viagem pelos presentes
16.40 SESSÃO DE ENCERRAMENTO
17.00 REUNIÃO GERAL DA SPESM